Você já ouviu falar que a saúde começa pela boca? Se já duvidou disso, é hora de repensar, pois a ciência acaba de reforçar essa ideia com um dado surpreendente: alterações na microbiota bucal podem estar ligadas a dores crônicas em mulheres com fibromialgia.
Um estudo recente publicado na revista Frontiers in Pain Research, liderado por pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, investigou como a saúde bucal pode afetar diretamente o sistema nervoso e contribuir para quadros de dor persistente, especialmente cefaleias, dores abdominais e musculares. A equipe da pesquisa ressaltou que essa é a primeira vez que se conseguiu estabelecer uma associação significativa entre desequilíbrios na microbiota bucal e dor crônica em mulheres com fibromialgia.
O que é microbiota bucal e por que ela importa?
Nossa boca é o lar de centenas de espécies de bactérias, fungos e vírus. Quando essa microbiota está em equilíbrio, ela contribui para funções como digestão, defesa imunológica e proteção contra agentes patológicos. Mas quando há um desequilíbrio – chamado de disbiose oral– os efeitos negativos podem ultrapassar os limites da cavidade bucal.
Pacientes com fibromialgia, por exemplo, já apresentam uma sensibilidade exacerbada no sistema nervoso. A presença de inflamações orais crônicas, como gengivite ou periodontite, pode funcionar como um gatilho inflamatório sistêmico, agravando ainda mais as dores pelo corpo.
A conexão entre microbiota bucal e o sistema nervoso central é um campo novo da ciência. Já se sabe que a boca se comunica com o cérebro por meio de vias neurológicas e imunológicas, e que bactérias orais desequilibradas podem gerar mediadores inflamatórios que circulam no sangue e atingem o sistema nervoso, contribuindo para estados de dor crônica e até distúrbios do humor.
Cuidados simples com impactos profundos!
Se você convive com fibromialgia ou outras síndromes de dor crônica, confira algumas recomendações odontológicas que podem ajudar a melhorar seu bem-estar:
– Mantenha uma rotina de higiene oral rigorosa, com escovação após as refeições e uso diário de fio dental.
– Evite o acúmulo de placa bacteriana, que favorece inflamações e desequilibra a microbiota.
– Visite o dentista com regularidade, pelo menos a cada seis meses. Pacientes com doenças crônicas devem ter atenção redobrada à saúde periodontal.
– Priorize uma dieta saudável, rica em vegetais, frutas e alimentos fermentados (como iogurtes naturais), que também favorecem o equilíbrio microbiano.
– Evite o consumo de açúcar e de produtos ultraprocessados, que alimentam bactérias patogênicas na boca.
Esse estudo australiano reforça a necessidade de um olhar interdisciplinar para o tratamento da fibromialgia, envolvendo médicos, nutricionistas e psicólogos, nutricionistas e, também, os dentistas.
Lembre-se que a saúde bucal vai muito além do sorriso! Ela pode ser um fator-chave na sua qualidade de vida, principalmente se você convive com dores crônicas.
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